MICÉLIO em 2024

Hoje enfrentamos uma convergência de crises crescentes e interligadas – ambientais, económicas e sociais . Todos os dias, à medida que essas crises se aceleram, a capacidade de enfrentá-las de forma significativa parece diminuir. Em Portugal, os vários agentes de mudança (cidadãos, ativistas, escolas e universidades, governo local, etc.), que poderiam ser aliados para alavancar a ação para regeneração nas várias escalas do território, operam de forma isolada, competem entre si. Perde-se o potencial da ação sistémica e da chamada “polinização cruzada”, onde a interação entre os vários agentes gera intercâmbio de soluções, colaboração, partilha de recursos e desenvolvimento conjunto.

O maior desafio é o de fazer diferente: de questionar de forma construtiva e consciente a forma como as coisas se fazem; experimentar de forma criativa, inovar a todos os níveis. Mas precisamos de uma inovação transformadora: a disrupção de um sistema é fácil (qualquer um pode fazê-lo), mas para que transforme, é necessária uma aspiração, uma visão, para que a disrupção tenha um propósito. Essa visão, se positiva, é o que nos inspira, que dá esperança e que tem o poder de envolver as pessoas (Graham Leicester, 2016) e passarem à acção.

Desafio ainda maior, é que tudo isto se faça em integridade, coerência, em todas as escalas e perspectivas, do ‘fazer’ ao ‘ser’ de forma alinhada.

O Micélio nasceu com intenção de responder aos desafios sócio-ambientais, em Abril de 2023: é agora uma rede nacional, emergente, de pessoas de todas as idades, grupos, membros de entidades públicas e privadas, que pretendem explorar como criar uma comunidade de agentes de mudança, bem informados, capacitados, desenvolvendo uma cultura colaborativa, resiliente – uma cultura humana mais saudável.